segunda-feira, 25 de julho de 2011

iCloud: a mudança da nuvem

Os exemplos de computação na nuvem não faltam. Vão desde recursos mais que comuns, como os webmails (Gmail, Hotmail estão entre os exemplos mais óbvios), até ferramentas sofisticadas usadas por corporações. Aqui, um dos bons exemplos é o CRM da Salesforce, que roda totalmente na nuvem e automatiza forças de vendas de milhares de companhias mundo afora.

Mas, se a computação na nuvem já está entre nós, pelo menos para os consumidores finais ela chegou disfarçada. O webmail chegou muito antes que o conceito de cloud computing se disseminasse. Assim, não tendemos identificar o serviço pelo que ele realmente é: um recurso de computação na nuvem - já que se pode acessá-lo de qualquer lugar, e a partir de praticamente qualquer dispositivo conectado à internet. Ou seja: a computação na nuvem está aqui, mas não nos damos conta disso no dia-a-dia.

Evidentemente que no ambiente das empresas o conceito está mais que consolidado. Além do exemplo da Salesforce, a Amazon, com seus serviços AWS, já entrou no cardápio de opções da infra-estrutura de TI. Mais que isso, se olharmos para dentro desses serviços, veremos que eles exercitam o conceito de cloud desde sua raiz, com servidores espalhados em diferentes locais, compartilhando e processando informações colaborativamente.

Então, o que a Apple tem a oferecer de realmente novo com sua iCloud? Uma das principais mudanças tem a ver com uma posição histórica da empresa. Geralmente, os sistemas oferecidos pela Apple são fechados em torno de suas plataformas proprietárias: se você tem um iPod, precisará de um iTunes e - teoricamente - só poderá comprar músicas na lojinha de Steve Jobs. O mesmo vale para o iPad e iPhone e seus aplicativos. Só que esses ainda são aparelhos que giram em torno do computador. Em algum momento, você precisa estar em frente a seu PC (pode ser um PC mesmo, aliás), para sincronizar contas - que, aliás, têm regras chatas demais. Quem nunca apagou toda a coleção de músicas do iPod por engano? Com o iCloud, a Apple terá que mudar essa visão. O centro não mais será o computador, mas sim o próprio datacenter de 1 bilhão de dólares criado para abrigar o novo serviço. Teoricamente, acessar músicas e vídeos será como acessar uma conta do seu webmail: as mensagens (ou os arquivos) estão lá, à sua espera, bastando uma conexão com a Web. Acabou-se a necessidade de sincronizar aparelhos.

Ao fazer isso, a Apple poderá trazer para o enorme público que consome seus produtos o conceito do cloud computing de maneira mais transparente. Pelo poder de convencimento e de marketing de Steve Jobs e companhia dá até para arriscar dizer que o iCloud pode materializar a nuvem de que tanto se fala. 

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